quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

ROTA JARDIM NA ÁFRICA DO SUL

Como já falei no post anterior, resolvemos viajar para a África do Sul para comemorarmos o meu aniversário. Essa viagem resolvi relatar em duas etapas, a primeira foi um safári pela empresa CVC, com roteiro já pré-definido e a segunda, uma aventura de 5 dias pela Rota Jardim ou Garden Route, tido como um dos lugares mais bonitos do mundo, idealizada a partir da leitura de vários blogs de viagem. A linha mestra dessa Rota é a N2, rodovia que margeia os oceanos Atlântico e Índico, da Cidade do Cabo até Port Elizabeth. Ganhou esse nome devido a densa vegetação e o verde quase constante de suas montanhas e não pela abundância de flores ou jardins. Todas as informações colhidas nos motivaram a enfrentar a expectativa de dirigir na mão inglesa, a nosso ver, bem complicado. Mas todos os relatos diziam que a melhor maneira para explorar os encantos que a Rota Jardim oferece é alugar um carro e o ideal é ter uma Permissão Internacional para Dirigir, que pode ser solicitada ao Detran.

Cidade do Cabo
Planejamento: Após várias leituras, verificamos que uma semana seria muito pouco para conhecer todos os lugares imperdíveis nos oitocentos quilômetros que separam a Cidade do Cabo de Port Elizabeth, mas como já tínhamos comprado as passagens aéreas não teríamos mais tempo. Sabíamos que o roteiro era ousado e deixamos os detalhes finais por conta do nosso amigo e agente de viagens, Paulo da A e T Turismo.

Hospedagem: Após consultar opções de hospedagens nos sites TrivagoHotéis.com e Booking.com, fizemos as reservas nas cidades que fazem parte da Rota Jardim, cinco hotéis ao todo. Ao reservar os hotéis buscamos não só o melhor custo benefício, mas também privilegiamos aqueles com café da manhã incluso, com internet e estacionamentos grátis, sem esquecer é claro da segurança das redondezas.   
Guesthouse em Knysna

Transportes: Reservamos um carro a ser retirado no aeroporto ao final da excursão da CVC. Mas com um jeitinho do atendente da empresa, conseguimos mudar a retirada do aeroporto para o Hotel Westin, bem ao lado do nosso hotel.

Clima: O inverno  que vai de junho a setembro é frio e seco, exceto na costa sul, quando há grande incidência de chuvas. Já o verão que vai de novembro a março é quente e úmido, com calor e pancadas de chuva. O outono de abril a maio é mais agradável em todas as regiões do país. Visitando o site do Climatempo, verificamos que poderíamos enfrentar um pouco de frio e chuva, mas nada muito exagerado. A temperatura realmente se manteve em torno de 15 a 25 graus, bem parecido com o nosso clima no Brasil.


Segurança: Segundo relatos de blogs, viajar pela Rota Jardim é seguro, desde que você se mantenha dentro do roteiro turístico.
Linda paisagem na Rota Jardim

Moeda: A moeda corrente  utilizada na África do Sul é o Rande, que grosseiramente pode ser convertida para o Real, dividindo-se o valor a pagar por 4.

Cuidados necessários: É sempre bom lembrar que um tênis confortável é indispensável, bem como uma máquina fotográfica para registrar todos os momentos. É recomendável, também, providenciar um seguro saúde para a viagem, o que pode garantir a tranquilidade no caso de algum problema de saúde. E muito protetor solar, repelente, chapéu e óculos de sol.

Abaixo relatamos nossa aventura pela África do Sul, que ficará em nossas memórias por muito tempo.

ROTEIRO VIAGEM ÁFRICA DO SUL - GARDEN ROUTE

Homenagem a Nelson Mandela em Port Elizabeth
01 dia - Após o café da manhã deixamos o hotel The Capetonian, pegamos o carro num hotel perto do nosso, o Westin e seguimos para Port Elizabeth (754 Km ou 08 horas). Apesar de a velocidade máxima permitida nas estradas ser de 120 km/h, em alguns trechos perto de cidades, pode cair para 60 Km/hora. Um cuidado especial é quanto a sempre conservar o tanque do carro cheio, porque após a entrada  do Park Tsitsikamma só há dois postos de gasolina. Chegamos em Port Elizabeth no final do dia, estava muito frio e chuvoso. Tivemos uma surpresa ao fazer o check in no Hotel Onse Khaya Lodging. Na nossa reserva dizia que deveríamos chegar até às 20 hs. Chegamos, mas estava tudo fechado. Na porta da entrada estava escrito que o atendimento aos domingos seria apenas até às 13 hs.  Batemos, insistimos, mas ninguém apareceu. Estávamos desistindo quando vimos uma campainha no portão de entrada, apertamos e então surgiu um atendente sonolento, mas muito educado que nos conduziu até nossos aposentos. Já instalados, resolvemos comprar apenas um lanche num McDonald’s perto do hotel e fomos dormir.

Boardwalk Complex
Jeffreys Bay
Storms River Mouth
02 dia - Levantamos cedo e continuava a chover, tomamos nosso café no McDonald’s, e aproveitamos para acessar a internet. Verificamos que estávamos a uma quadra do Boardwalk Complex,  uma espécie de shopping aberto à beira-mar onde é possível fazer compras em diversas lojas, ir ao cinema, tentar a sorte no cassino ou almoçar em restaurantes que oferecem comidas para todos os gostos e bolsos. Resolvemos passear por lá e aproveitamos para tirar fotos e seguimos para a Donkin Heritage Trail, uma trilha que passa por 47 pontos significativos da história da cidade, ao longo de cinco quilômetros em sua região central, remontando os passos dos colonos que lá se estabeleceram no século 19. Após esse passeio, resolvemos conhecer Jeffreys Bay (83 km ou cerca de 1 hora), cidade vizinha e point de surfistas. No entanto, ao sairmos de Port Elizabeth ficamos desorientados no meio do trânsito, fomos interpelados por policiais que nos auxiliaram a chegar a estrada de acesso àquela praia. Chegamos em Jeffreys Bay na hora do almoço, perambulamos pela orla, tiramos fotos e fomos ao Shopping Fountains Mall e experimentamos a comida do Wimpy, uma lanchonete bem popular na África do Sul. Seguimos para Storms River (116 km ou 1 h e 20 min), preocupados com o horário do check in que dizia: atendimento em horário comercial. Mas deu tudo certo. Fizemos o check in no hotel Andelomi Forest Lodge, um guest house bem simples, todo de madeira, mas adequado. Muito educado, o atendente, que nos pareceu ser o proprietário, nos disse que o restaurante não estava funcionando, mas que havia outras opções na pequena cidade. Havia uma lanchonete Marilyn´s 60´s Diner, decorada com fotos de Marilyn Monroe e Elvis Presley, carros, motos, posters bem antigos, bem interessante. Tomamos apenas uma cerveja e resolvemos atravessar a rua e experimentar uma pizza à lenha, mas foi apenas razoável. A cidade fica dentro do Tsitsikamma National Park que significa “lugar de muitas águas”, e é a maior e mais antiga reserva marinha da África. Perfeito para os amantes da natureza, o parque possui diversas trilhas, sendo a principal a mundialmente famosa Otter Trail que exige resistência – são necessários 5 dias para percorrê-la. É realmente um lugar único pois combina falésias, montanhas, rios, piscinas e verdejantes florestas. Lindo demais.

Bloukrans Bridge - o maior bungee jump do mundo
Waterfront em Knysna
03 dia - Apesar da simplicidade do hotel, o café da manhã nos surpreendeu, fizemos então, o check out e fomos conhecer a famosa Storms River Mouth, local muito bonito, com uma trilha até um conjunto de pontes suspensas que cruzam o Rio Storms e que são o cartão postal do Parque. Ali é possível fazer alguns esportes radicais, como caiaque, tirolesa e arvorismo. O acesso ao Parque custa 195 rands por pessoa e após alguns quilômetros chegamos ao Restaurante Cattle Baron que possui uma vista privilegiada do encontro entre o rio e o mar. Atrás do restaurante há uma escadaria que dá acesso a trilha para as pontes suspensas, não é indicado para pessoas com problemas de locomoção. Realmente, cansativo, mas vale a pena, a vista é deslumbrante, dá vontade de ficar ali parado olhando e tirando fotos. Logo após esse passeio, fomos conhecer a Bloukrans Bridge, local do maior bungee jump do mundo, com 216 metros de altura. Tiramos muitas fotos, mas não tivemos coragem de saltar. Seguindo indicação de um blog, fomos conhecer o Nature Valley, realmente um local muito bonito, mas com acesso bem difícil, pois a estrada estava em reforma. Seguimos, então,  para  Plettenberg Bay (65 km ou 50 min), cidade vizinha à Knysna, super bonitinha e cheia de praias bacanas. Paramos para almoçar no KFC e seguimos para Knysna (32 km ou 20 min), pois na reserva do hotel dizia check in somente  durante o  horário comercial. Chegamos a Knysna já no final da tarde, a cidade contorna uma grande lagoa de 17 km de extensão, protegida do mar por dois maciços de arenito. Sua fama deve-se bastante ao cultivo de ostras e mais de 200 espécies de peixes, o que faz dos seus restaurantes uma deliciosa experiência. No centro da cidade há um píer com lojas muito simpáticas – o Waterfront, com ótimos restaurantes  e muitas lojinhas. No Hotel Lagoon Breeze fomos atendidos por uma senhora que falava português. O hotel é excelente com acomodações confortáveis. Resolvemos fazer um passeio de barco até a Leisure Isle, mas estava lotado. Então, tivermos que contentar em ver o lindo por do sol no Waterfront, muito bonito. Fomos ao Ocean Basket, ficamos ali tomando um choppinho bem gelado e tirando fotos até o sol se esconder. O dia foi bem cansativo, mas valeu muito a pena. Deixamos de visitar Oudtshoorn, cidade da famosa Cango Caves e das fazendas de avestruzes, simplesmente porque o tempo foi insuficiente.

Hoopenburg Guesthouse em Stellenbosch
04 dia - Após o café, fizemos o check out e fomos passear no The Heads em Knysna, um point of view, local bem interessante para fotografar não só a cidade, bem como o mar. Passamos em seguida por Wilderness  (47 km e 40 min) e depois Mossel Bay (62 km ou 50 min), onde almoçamos na Roman´s Pizzaria no Lengeberg Mall, apenas razoável. Seguimos, então para  Stellenbosch (362 km ou 4 horas). O nosso hotel o Hoopenburg Guesthouse foi um pouco difícil de localizar, mas depois valeu a pena. Local lindo, aconchegante e muito romântico. Fomos recepcionados por nossa anfitriã, bem simpática, com taças de vinho de produção local. Jantamos ali mesmo.

Chapman´s Peak
05 dia - Após o excelente café da manhã com direito a omelete e muitas frutas, fizemos o check out e resolvemos conhecer uma vinícola, escolhemos a Marianne Wine State, lindo local, mas quando chegamos ainda estava fechado para degustação. Seguimos para a Cidade do Cabo (80 km ou 1 hora) e fomos de carro conhecer o Cabo do Boa Esperança, antigo Cabo das Tormentas, que fica dentro do Table Mountain National Park, o ponto mais ao sul da África, passando por vários lugares no caminho, como Simon’s Town e Chapman’s Peak. O acesso ao  parque custa 135 rands por pessoa e é possível subir até um farol bem antigo por meio de um teleférico ou mesmo a pé. Vale a pena conferir. Seguimos para a Boulders Beach para ver a colônia de pinguins africanos, cujo acesso custa cerca de 60 rands. Almoçamos em um Restaurante em frente muito bom. Fomos fazer o check in no hotel Road Lodge International Airport. Resolvemos ficar perto do aeroporto para facilitar a devolução do carro no dia seguinte, mas o hotel deixou muito a desejar. Jantamos perto do hotel.

Boulders Beach
06 dia - Após o café da manhã, seguimos para o aeroporto, devolvemos o carro e pegamos o voo para Johannesburgo às 11:55 da manhã. Chegamos em Johannesburgo por volta das 14 hs. Almoçamos no Ocean Basket no próprio aeroporto e depois ficamos aguardando o nosso voo de retorno ao BRASIL que seria apenas às 22:10 hs

De um modo geral achamos que a África do Sul tem uma boa infraestrutura de turismo, hotéis e restaurantes com bons preços. Os locais que visitamos são muito bonitos. O povo é simpático. As cidades da Garden Route são seguras e o trânsito é tranquilo, exceto em Johannesburgo, é claro que a dificuldade de se dirigir na mão inglesa existe. A gasolina tem preço semelhante à nossa e há apenas uma praça de pedágio em todo o nosso trajeto.
07 dia - Chegamos em São Paulo às 6 da manhã e pegamos o voo para Brasília às 8:55 hs.

Obs: Todas as fotos são de autoria própria e de uso exclusivo. 







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