Como
já falei no post anterior, resolvemos viajar para a África do Sul para
comemorarmos o meu aniversário. Essa viagem resolvi relatar em duas
etapas, a primeira foi um safári pela empresa CVC, com roteiro já
pré-definido e a segunda, uma aventura de 5 dias pela Rota Jardim ou
Garden Route, tido como um dos lugares mais bonitos do mundo, idealizada a
partir da leitura de vários blogs de viagem. A linha mestra dessa Rota é a N2, rodovia que margeia os oceanos Atlântico e Índico, da Cidade do Cabo até Port
Elizabeth. Ganhou esse nome devido a densa vegetação e o verde
quase constante de suas montanhas e não pela abundância
de flores ou jardins. Todas as informações colhidas nos motivaram a enfrentar a
expectativa de dirigir na mão inglesa, a nosso ver, bem complicado.
Mas todos os relatos diziam que a melhor maneira para explorar os encantos que a
Rota Jardim oferece é alugar um carro e o ideal é ter uma Permissão Internacional para Dirigir, que pode ser solicitada ao Detran.
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Cidade do Cabo |
Planejamento: Após
várias leituras, verificamos que uma semana seria muito pouco para
conhecer todos os lugares imperdíveis nos oitocentos quilômetros que
separam a Cidade do Cabo de Port Elizabeth, mas como já tínhamos comprado as
passagens aéreas não teríamos mais tempo. Sabíamos que o roteiro
era ousado e deixamos os detalhes finais por conta do nosso amigo e
agente de viagens, Paulo da
A e T Turismo.
Hospedagem: Após consultar opções de hospedagens nos sites Trivago, Hotéis.com e Booking.com,
fizemos as reservas nas
cidades que fazem parte da Rota Jardim, cinco hotéis ao todo. Ao
reservar os hotéis buscamos não só o melhor custo benefício, mas também
privilegiamos aqueles com café da manhã incluso, com internet e
estacionamentos
grátis, sem esquecer é claro da segurança das redondezas.
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Guesthouse em Knysna |
Transportes:
Reservamos um carro a ser retirado no aeroporto ao final da excursão da
CVC. Mas com um jeitinho do atendente da empresa, conseguimos mudar a
retirada do aeroporto para o Hotel Westin, bem ao lado do nosso hotel.
Clima:
O inverno que vai de junho a
setembro é frio e seco, exceto na costa sul, quando há grande
incidência de chuvas. Já o verão que vai de novembro a março é quente e úmido,
com calor e pancadas de chuva. O outono de abril a maio é mais agradável em todas as regiões do
país. Visitando o site do
Climatempo,
verificamos que poderíamos enfrentar um pouco de frio e chuva, mas nada muito
exagerado. A temperatura realmente se manteve em torno de 15 a 25 graus, bem
parecido com o nosso clima no Brasil.
Segurança: Segundo relatos de blogs, viajar pela Rota Jardim é seguro, desde que você se mantenha dentro do roteiro turístico.
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Linda paisagem na Rota Jardim |
Moeda: A
moeda corrente utilizada na África do Sul é o Rande, que grosseiramente pode ser
convertida para o Real, dividindo-se o valor a pagar por 4.
Cuidados necessários: É sempre bom lembrar que um tênis confortável é indispensável, bem como uma
máquina fotográfica para registrar todos os momentos. É recomendável, também, providenciar um seguro saúde para a viagem, o que pode garantir a
tranquilidade no caso de algum problema de saúde. E muito protetor solar,
repelente, chapéu e óculos de sol.
Abaixo relatamos nossa aventura pela África do Sul, que ficará em nossas memórias por muito tempo.
ROTEIRO VIAGEM ÁFRICA DO SUL - GARDEN ROUTE
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Homenagem a Nelson Mandela em Port Elizabeth |
01 dia -
Após
o café da manhã deixamos o hotel The Capetonian, pegamos o carro num
hotel perto do nosso, o Westin e seguimos para Port Elizabeth (754 Km ou
08
horas).
Apesar
de a velocidade máxima permitida nas estradas ser de 120 km/h, em
alguns trechos perto de cidades, pode cair para 60 Km/hora.
Um cuidado especial é quanto a sempre conservar o tanque do carro cheio, porque após a entrada do Park Tsitsikamma
só há dois postos de gasolina. Chegamos em Port Elizabeth no final do dia, estava muito frio e
chuvoso. Tivemos uma surpresa ao fazer o check in no Hotel Onse
Khaya Lodging. Na nossa reserva dizia que deveríamos chegar até às 20
hs. Chegamos, mas estava tudo fechado. Na porta da entrada estava escrito
que o atendimento aos domingos seria apenas até às 13 hs.
Batemos, insistimos, mas ninguém apareceu. Estávamos desistindo quando
vimos uma campainha no portão de entrada, apertamos e então surgiu um
atendente sonolento, mas muito educado que nos conduziu até nossos
aposentos. Já instalados, resolvemos comprar apenas um lanche num
McDonald’s perto do hotel e fomos dormir.
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Boardwalk Complex |
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Jeffreys Bay |
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Storms River Mouth |
02
dia - Levantamos cedo e continuava a chover, tomamos nosso café no
McDonald’s, e aproveitamos para acessar a internet. Verificamos que
estávamos a uma quadra do Boardwalk Complex, uma espécie de
shopping aberto à beira-mar onde é possível fazer compras em diversas
lojas, ir ao cinema, tentar a sorte no cassino ou almoçar em
restaurantes que oferecem comidas para todos os gostos e bolsos.
Resolvemos passear por lá e aproveitamos para tirar fotos e seguimos
para a Donkin Heritage Trail, uma trilha que passa por
47 pontos significativos da história da cidade, ao longo de cinco
quilômetros em sua região central, remontando os passos dos colonos que
lá se estabeleceram no século 19. Após esse passeio, resolvemos conhecer Jeffreys Bay
(83 km ou cerca de 1 hora),
cidade vizinha e point de surfistas. No entanto, ao sairmos de Port Elizabeth
ficamos desorientados no meio do trânsito, fomos interpelados por
policiais que nos auxiliaram a chegar a estrada de acesso àquela praia.
Chegamos em Jeffreys Bay na hora do almoço, perambulamos pela orla,
tiramos fotos e fomos ao Shopping Fountains Mall e experimentamos a
comida do Wimpy, uma lanchonete bem popular na África do Sul. Seguimos
para Storms River (116 km ou 1 h e 20 min), preocupados com o horário do
check in que dizia: atendimento em horário comercial.
Mas deu tudo certo. Fizemos
o check in no hotel Andelomi
Forest Lodge, um guest house bem simples, todo de madeira, mas adequado. Muito educado, o atendente, que nos pareceu ser o
proprietário, nos disse que o restaurante não estava funcionando, mas
que havia outras opções na pequena cidade. Havia uma lanchonete
Marilyn´s 60´s Diner, decorada com fotos de Marilyn Monroe e Elvis Presley, carros, motos, posters bem antigos, bem interessante. Tomamos
apenas uma cerveja e resolvemos atravessar a rua e experimentar uma
pizza à lenha, mas foi apenas razoável. A cidade fica dentro do Tsitsikamma National Park que significa
“lugar de muitas águas”, e é a maior e mais
antiga reserva marinha da África. Perfeito para os amantes da
natureza, o parque possui diversas trilhas, sendo a principal a
mundialmente famosa Otter Trail que
exige resistência – são necessários 5 dias para percorrê-la. É realmente um lugar único pois combina falésias, montanhas, rios, piscinas e verdejantes florestas. Lindo demais.
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Bloukrans Bridge - o maior bungee jump do mundo |
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Waterfront em Knysna |
03
dia - Apesar da simplicidade do hotel, o café da manhã nos surpreendeu,
fizemos então, o check out e fomos conhecer a famosa Storms River
Mouth, local muito bonito, com uma trilha até um conjunto de pontes
suspensas
que cruzam o Rio Storms e que são o cartão postal do Parque. Ali é
possível fazer alguns esportes radicais, como caiaque, tirolesa e
arvorismo. O acesso ao Parque custa 195 rands por pessoa e após alguns
quilômetros chegamos ao Restaurante Cattle Baron que possui uma vista
privilegiada do encontro entre o rio e o mar. Atrás do restaurante há
uma escadaria que dá acesso a trilha para as pontes suspensas, não é
indicado para pessoas com problemas de locomoção. Realmente, cansativo,
mas vale a pena, a vista é deslumbrante, dá vontade de ficar ali parado
olhando e tirando fotos. Logo após esse passeio, fomos conhecer a
Bloukrans Bridge, local do maior bungee jump do
mundo, com 216 metros de altura. Tiramos muitas fotos, mas não tivemos
coragem de saltar. Seguindo indicação de um blog, fomos conhecer o
Nature Valley, realmente um local muito bonito, mas com acesso bem
difícil, pois a estrada estava em reforma. Seguimos, então, para
Plettenberg
Bay (65 km ou 50
min), cidade vizinha à Knysna, super bonitinha e cheia de praias
bacanas. Paramos para almoçar no KFC e seguimos para Knysna (32 km ou 20
min),
pois na reserva do hotel dizia check in somente durante o horário
comercial. Chegamos a Knysna já no final da tarde, a cidade contorna uma
grande
lagoa de 17 km de extensão, protegida do mar por dois maciços de
arenito.
Sua fama deve-se bastante ao cultivo de ostras e mais de 200 espécies de
peixes, o que faz dos seus restaurantes uma deliciosa experiência. No
centro da cidade há um píer com lojas muito simpáticas – o Waterfront,
com ótimos restaurantes e muitas lojinhas. No Hotel Lagoon Breeze
fomos atendidos por uma senhora que falava português. O hotel é
excelente com acomodações confortáveis. Resolvemos fazer um passeio de
barco até a Leisure Isle, mas estava lotado. Então, tivermos que
contentar em ver o lindo por do sol no Waterfront, muito bonito. Fomos
ao Ocean Basket, ficamos ali tomando um choppinho bem gelado e tirando
fotos até o sol se esconder. O dia foi bem cansativo, mas valeu muito a
pena. Deixamos de visitar Oudtshoorn, cidade da famosa Cango Caves e das
fazendas de
avestruzes, simplesmente porque o tempo foi insuficiente.
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Hoopenburg Guesthouse em Stellenbosch |
04
dia - Após o café, fizemos o check out e fomos passear no The Heads em
Knysna, um point of view, local bem interessante para fotografar não só a
cidade, bem como o mar. Passamos em seguida por Wilderness
(47
km e 40 min) e depois Mossel Bay (62 km ou
50 min), onde almoçamos na Roman´s Pizzaria no Lengeberg Mall, apenas
razoável. Seguimos, então para Stellenbosch (362 km ou 4
horas). O nosso hotel o Hoopenburg Guesthouse foi um pouco difícil de localizar,
mas depois valeu a pena. Local lindo, aconchegante e muito romântico.
Fomos recepcionados por nossa anfitriã, bem simpática, com taças de
vinho de produção local. Jantamos ali mesmo.
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Chapman´s Peak |
05
dia - Após o excelente café da manhã com direito a omelete e muitas frutas, fizemos o
check out e resolvemos conhecer uma vinícola, escolhemos a Marianne Wine
State, lindo local, mas quando chegamos ainda estava fechado para
degustação. Seguimos para a Cidade do Cabo (80 km ou 1 hora) e fomos de
carro conhecer o Cabo do Boa Esperança, antigo Cabo das Tormentas, que fica dentro do Table Mountain National Park, o
ponto mais ao sul da África,
passando por vários lugares no caminho, como Simon’s Town e Chapman’s
Peak. O acesso ao parque custa 135 rands por
pessoa e é possível subir até um farol bem antigo por
meio de um teleférico ou mesmo a pé. Vale a pena conferir.
Seguimos para a Boulders Beach para ver a colônia de pinguins
africanos, cujo acesso custa cerca de 60 rands. Almoçamos em um
Restaurante em frente muito bom. Fomos fazer o check in no hotel Road
Lodge International Airport. Resolvemos ficar perto do aeroporto para
facilitar a devolução do carro no dia seguinte, mas o hotel deixou muito
a desejar. Jantamos perto do
hotel.
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Boulders Beach |
06 dia - Após o café da
manhã, seguimos para o aeroporto, devolvemos o carro e pegamos o voo para Johannesburgo
às 11:55 da manhã. Chegamos
em Johannesburgo por volta das 14 hs. Almoçamos no Ocean Basket no
próprio aeroporto e depois ficamos aguardando o nosso voo de retorno ao
BRASIL que seria apenas às 22:10 hs
De um modo geral
achamos que a África do Sul tem uma boa infraestrutura de turismo,
hotéis e restaurantes com bons preços. Os locais que visitamos
são muito bonitos. O
povo é simpático. As cidades da Garden Route são seguras e o trânsito é
tranquilo, exceto em Johannesburgo, é claro que a dificuldade de se dirigir na mão inglesa existe. A
gasolina tem preço semelhante à nossa e há apenas uma praça de
pedágio em todo o nosso trajeto.
07 dia - Chegamos em São Paulo às 6 da manhã e pegamos o voo para Brasília às 8:55 hs.
Obs: Todas as fotos são de autoria própria e de uso exclusivo.
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